quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

PEQUENOS CONTOS - DÔNIO DOS VENTOS


Ap
esar dos olhares desconfiados desde que entrei na taverna, as pessoas foram ficando menos inquietas com minha presença, conforme o tempo passava. Continuei comendo meu modesto dejejum e observando as atividades alheias, no canto leste da taverna de nome engraçado, RATO UIVANTE. Um nome inapropriado para o pequenino estabelecimento feito em madeira, e que parecia cheio mesmo com meia dúzia de pessoas ali.

Mas um mago não se pode dar a determinados luxos. A pele manchada pelas marcas das partículas barah, já causam estranheza o suficiente. Imagine se um velho, de um povo pouco conhecido, começar a dar palpites sobre o nome de estabelecimentos!

terça-feira, 6 de novembro de 2018

PEQUENOS CONTOS - CLEUCIUS E A ALVORADA SANGRENTA

O sol já estava nascendo enquanto o bramido colérico dos orcs ecoava pelo vale já banhado pelo sangue desses malignos guerreiros encouraçados. Cleucius, um dos cavaleiros da Ordem da Alvorada, brandia a espada há várias horas seguidas contra a orda de orcs, liderada por Tarmurgh, a ponto de sua mão apegar-se à empunhadura; e apesar do intenso cansaço, não parava de lutar.
Flechas ainda eram alçadas às alturas, provindas dos arcos curtos dos encouraçados. A Ordem já pelejava há horas pela defesa do vilarejo histórico de Brumas, aguardando pelo socorro dos aliados.
E quando a batalha se intensificava, ao passo que o cansaço pesava sobre os ombros dos dez cavaleiros, eis que um som, como o de estouro de uma manada, invade o vale já ensanguentado. Os grunhidos eram ensurdecedores. A fadiga era mordaz.
Cleucius, você precisa entrar e encontrar a espada do comandante. Faça isso por nós. Precisamos que você a empunhe! Vá, nós daremos conta desses malditos bastardos. Melik ainda carrega extrato o suficiente! - bradou Heitor.
O velho me assegurou que a encontraria no subterrâneo do vilarejo. Precisarei muito mais do que alguns minutos! - replicou Cleucius, em tom de ceticismo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

PEQUENOS CONTOS - RUVENS, ARAUTO DAS LÂMINAS

A batalha havia se intensificado na campina Susanita. O exército cinzento de Kyteria entrara nas cidades do Planalto, saqueando, destruindo as catedrais e matando inocentes para abastecer suas fileiras de mortos-vivos. Ao saberem da investida, os reis do Planalto retiraram-se para as cidades fortificadas e resistiram até ao amanhecer. Seguiram-se horas aterradoras de intensa batalha. O exército cinzento parecia incansável ao lançar-se contra a gigantesca muralha de Susana, a cidade fortificada mais imponente do Planalto. Cada soldado susanita abatido no chão representava um novo soldado cinzento a cerrar fileiras contra os homens acuados.

As buzinas já haviam soado há algumas horas, replicando às cidades vizinhas o pedido de socorro. As aves emissárias já haviam alçado voo em direção à cidade dos paladinos, buscando o auxílio de Ruvens, um clérigo arauto, mas até aquele angustiante momento não havia esperanças para os homens, a não ser que intensificassem a defesa contra a ofensiva cinzenta. Foi no romper da alvorada que as armaduras platinadas começaram a refletir a luz do sol nascente, no horizonte. Eram os paladinos de platina que cavalgavam rapidamente ao socorro de Susana. Ruvens recebera o pedido de socorro e convocara os cavaleiros platinados à batalha.